O Efeito Janeiro ainda funciona? O que os dados históricos mostram?
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O Efeito Janeiro ainda funciona? O que os dados históricos mostram?

Autor:Rylan Chase

Publicado em: 2025-12-23

Todo mês de dezembro, a mesma pergunta volta a surgir nas mesas de operações: "Ainda temos o Efeito Janeiro, ou é só uma história bonita?" A resposta honesta é que a versão "fácil" da operação perdeu força, mas o comportamento subjacente que a criou não desapareceu.


De qualquer forma, o "Efeito Janeiro" é uma das histórias mais simples do folclore do mercado: ações desvalorizadas, especialmente as de pequena capitalização, são frequentemente vendidas por motivos fiscais até o final do ano, e depois se recuperam em janeiro, quando essa pressão diminui e entra dinheiro novo. É uma história simples e direta, e às vezes realmente acontece.


No entanto, se você encarar o Efeito Janeiro como uma alta garantida em todo o mercado, ficará desapontado. Se o considerar como uma janela de recuperação para ações de pequena capitalização, fortemente desvalorizadas e atrelada a fluxos de fim de ano e baixa liquidez, ele ainda se manifesta com frequência suficiente para ser relevante, especialmente quando combinado com níveis técnicos claros e controle de risco.


O que é o Efeito Janeiro e o que não é?

The January Effect

O Efeito Janeiro é um padrão sazonal no qual as ações, particularmente de empresas menores, tendem a apresentar retornos excepcionalmente robustos em janeiro em comparação com outros meses.


A configuração clássica possui três partes móveis:


  1. Venda forçada até o final de dezembro: Venda para compensação de prejuízos fiscais e "limpeza" das carteiras de investimento.

  2. Uma inversão de liquidez após a virada do calendário: Novas alocações, bônus, novos orçamentos de risco.

  3. Reversão à média nas empresas com pior desempenho: Sções de pequena capitalização e aquelas que registraram perdas no ano anterior são as que apresentam maior recuperação.


Estudos acadêmicos realizados há décadas constataram que o efeito não é distribuído uniformemente ao longo do mês. Por exemplo, o trabalho clássico de Rozeff e Kinney documentou que os retornos mensais variavam ao longo do ano, com janeiro se destacando como um mês excepcionalmente forte.


Além disso, uma parcela significativa do "prêmio de janeiro" geralmente surge na primeira semana de negociação, ocasionalmente até mesmo no primeiro dia, o que acarreta implicações cruciais em termos de timing e risco.


Por fim, o efeito de janeiro não é a mesma coisa que:

  • O Encontro de Papais Noéis (do final de dezembro ao início de janeiro).

  • O Barômetro de Janeiro ("como vai janeiro, assim vai o ano").


O que os dados de longo prazo indicam

Historicamente, janeiro é um mês forte. Mas essa vantagem não tem sido constante.


A divisão histórica mostra quão drástica a mudança pode ser:

Período Retorno médio de janeiro das empresas de grande capitalização Retorno médio de janeiro das empresas de pequena capitalização
1928–2000 (maiúsculas grandes) / 1979–2000 (minúsculas pequenas) 1,7% 3,2%
2000–2023 -0,3% 0,1%


No entanto, não "desapareceu para sempre", mas é um grande sinal de alerta: a simples operação de cálculo do calendário foi alvo de arbitragem e diluída.


Além disso, o fato de janeiro ser "frequentemente um mês forte" não significa que seja sempre o melhor mês. Um levantamento de longo prazo mostra que janeiro foi o melhor mês apenas 14 vezes em 97 anos para empresas de grande capitalização e oito vezes em 46 anos para empresas de pequena capitalização.


Portanto, se você está buscando um vento favorável sazonal garantido, os dados não corroboram essa hipótese.


O que os dados históricos mostram para o mercado em geral?

Avaliação Resultado
Retorno médio de janeiro (S&P 500, desde 1950) +1,07%
O que isso implica Janeiro apresenta uma tendência positiva, mas não uma recuperação garantida.


Se analisarmos apenas o índice S&P 500, janeiro apresenta um resultado positivo em média, mas não se trata do "melhor mês" que muitos imaginam.


Estudos mensais do retorno do S&P 500 desde 1950 mostram que o retorno médio de janeiro foi de +1,07%. É um mês razoável, mas não é uma fórmula mágica.


Assim, o ponto principal é simples. O efeito de janeiro no mercado em geral permanece modesto, fortemente distorcido por décadas anteriores, quando as anomalias sazonais eram mais fáceis de explorar.


Qual é o verdadeiro Efeito Janeiro?

The January Effect

O Efeito Janeiro ganhou fama não com as grandes empresas, mas sim com as pequenas empresas e as ações em baixa.


Dados resumidos de longo prazo mostram que, de 1928 a 2000, janeiro teve uma média de cerca de +1,7% para o S&P 500 e +3,2% para as small caps, o que é a clássica característica de que "as pequenas superam as grandes".


Além disso, o efeito diminuiu desde 2000, com os retornos de janeiro apresentando-se fracos ou até mesmo negativos em alguns momentos. Este é um alerta contundente: se você comprar opções de compra em janeiro sem filtrar as ações certas, a vantagem será mínima.


O Efeito Janeiro ainda funciona?

Segmento de mercado O que a história sugere Ainda funciona?
Tampas largas e grandes Janeiro tem uma média positiva, mas a anomalia é mais fraca. Às vezes, mas não de forma confiável.
Letras minúsculas Aumento historicamente mais forte em janeiro Com mais frequência, especialmente no início de janeiro.
Os maiores perdedores Costuma se recuperar após as vendas de fim de ano. Ainda aparece nos bolsos


Em resumo, continua sendo perceptível, mas carece de clareza.


Observe os últimos dois anos, nessa época do ano:

  • Janeiro de 2024: As ações de pequena capitalização caíram -3,89% e ficaram 528 pontos-base abaixo das ações de grande capitalização. Isso é o oposto do que se esperaria.

  • Janeiro de 2025: Tanto as ações de grande capitalização quanto as de pequena capitalização devem ter apresentado ganhos de cerca de 2,7% e 2,5%, respectivamente. Trata-se de um mês de "maré alta", e não de uma vantagem específica das ações de pequena capitalização.


É por isso que você deve parar de perguntar "Janeiro é um mês de alta?" e começar a perguntar "Há vendas forçadas para liquidar posições, e o apetite por risco é saudável o suficiente para comprar o que foi vendido?".


A realidade moderna: mudou de "janeiro" para "virada do ano"

Se você encarar isso como uma regra de calendário, já estará atrasado.


Os padrões sazonais sugerem que o desempenho superior das ações de pequena capitalização geralmente começa em meados de dezembro, em vez de janeiro, com grande parte do movimento relativo normalmente concluído no início da primavera.


Isso corresponde ao comportamento atual dos mercados: os investidores antecipam a movimentação, posicionam-se com antecedência e o "efeito" se torna um período curto, não um mês.


Assim, a abordagem moderna é:

  • Efeito da virada do ano (meados de dezembro ao início de janeiro)

  • Maior concentração na primeira semana

  • Mais forte em perdedores anteriores e em situações de falta de liquidez.

  • Altamente sensível às taxas de juros, às condições de crédito e à tolerância ao risco.


Por que o Efeito Janeiro perdeu força?

Os mercados aprendem. Quando muitas pessoas buscam a mesma vantagem, ela acaba sendo eliminada.


Os dados indicam que o Efeito Janeiro diminuiu consideravelmente desde a década de 1990 e deve ser considerado apenas um fator, e não uma estratégia separada.


Três razões práticas explicam a maior parte do desbotamento:

  1. Informações melhores e execução mais rápida (vantagens fáceis são exploradas por arbitragem).

  2. Investimento mais passivo (os fluxos são menos "sensíveis ao calendário" na margem).

  3. Ferramentas mais abrangentes de otimização tributária (o aproveitamento de prejuízos fiscais pode ser feito de forma mais sistemática).


A vantagem não desapareceu. Ela gravitou em direção a cantos mais estreitos: nomes pequenos, ilíquidos e com grande volume de vendas.


Análise técnica atual de ações de grande e pequena capitalização: Níveis-chave para o início de 2026

Métrica Grandes empresas ($SPX) Small Cap 2000
Última 6.878,49 2.558,78
RSI (14) 66,02 59,64
MACD 18,97 8,97
MA5 6.876,54 2.563,99
MA50 6.815,17 2.533,64
MA200 6.787,07 2.472,67
Clássico S1 6.868,80 2.557,57
Pivô 6.873,89 2.560,26
R1 clássico 6.879,23 2.563,43
52W baixo 4.835,04 1.732,99
52W alto 6.920,34 2.595,98

Como interpretar a tabela?

1) As tampas grandes estão estendidas, mas não quebradas

O RSI em torno de 65 indica que o momentum permanece firme, e não uma ruptura repentina. O principal risco não é uma condição de "sobrecompra", mas sim uma falha na ruptura.


Caso o preço não consiga se manter acima da área de pivô em torno de US$ 6.874, quedas em direção à faixa de média móvel de US$ 6.815 a US$ 6.787 são mais prováveis.


2) As empresas de pequena capitalização estão mais próximas do ponto de decisão

As ações de pequena capitalização estão pressionando o limite superior de sua faixa de 52 semanas. Isso cria dois cenários claros:


  • Romper e manter-se acima de US$ 2.596 abre espaço para continuidade do movimento, e a sazonalidade pode ajudar.

  • Rejeite as máximas próximas: A armadilha é rápida porque o posicionamento no final do ano geralmente é bastante concorrido.


Com a média móvel de 200 dias próxima de US$ 2.473, essa zona representa um limite crucial para os investidores de curto prazo, caso a tendência de alta do início do ano perca força.


3) Observe a volatilidade para determinar o momento certo

Quando o VIX está próximo de US$ 14, as quedas tendem a ser aproveitadas para compras rápidas. Se o VIX começar a subir enquanto o preço se mantém estagnado próximo à resistência, a sazonalidade perde sua validade.


O que os investidores podem fazer no próximo "Efeito Janeiro" sem cair no mito?

Para iniciantes

  1. Considere a sazonalidade como um viés, não como um sinal.

  2. Foque na gestão de risco: entradas próximas ao suporte, saídas próximas à resistência.

  3. Não se deixe levar pelas primeiras velas verdes de janeiro. O "pico da primeira semana" pode reverter rapidamente.


Para traders de nível intermediário

  1. A melhor estratégia costuma ser a força relativa: ações de pequena capitalização versus ações de grande capitalização, e não a valorização do mercado.

  2. Busque confirmação por meio de uma maior amplitude do mercado, volatilidade constante e participações de empresas de pequena capitalização acima das principais médias móveis.


Para traders avançados

  1. A vantagem mais clara geralmente está na dispersão: ações com desempenho inferior e ações com baixa liquidez estão se recuperando à medida que o índice parece estável.

  2. Seja seletivo. Com indícios de estresse nas menores empresas, o "beta de small caps" pode esconder armadilhas.


Perguntas frequentes sobre o Efeito Janeiro

1) O que é o Efeito Janeiro nas ações?

A ideia é que as ações, especialmente as de pequena capitalização e as que apresentaram perdas anteriores, tendem a ter um desempenho melhor em janeiro devido ao alívio da pressão vendedora de fim de ano e à entrada de novo capital nos mercados.


2) O Efeito Janeiro ainda funciona hoje em dia?

Sim, mas não é tão abrangente nem tão confiável como já foi.


3) Janeiro é sempre um bom mês para o S&P 500?

Não. A média de longo prazo de janeiro é positiva, mas não é garantida como se acredita. Desde 1950, o retorno médio do S&P 50 em janeiro é de cerca de +1,07%.


4) Como os investidores devem usar o Efeito Janeiro hoje?

Use-o como um filtro, não como uma previsão. Concentre-se em empresas de baixa capitalização e em empresas com desempenho inferior ao esperado, aguarde a confirmação técnica e gerencie o risco com rigor, pois esses movimentos podem se reverter rapidamente.


Conclusão

Em conclusão, o Efeito Janeiro não está morto, mas também não é uma fórmula mágica para burlar o calendário. Dados de longo prazo mostram que a regra simples de "comprar em janeiro" perdeu força drasticamente após 2000. A vantagem remanescente tende a ser breve, prematura e seletiva, frequentemente ligada ao desfazimento de vendas forçadas e a mudanças na liquidez.


Para os traders, a melhor maneira de lidar com o Efeito Janeiro é tratá-lo como uma janela de tempo e um jogo de níveis. Primeiro, identifique seu nível de invalidação (suporte chave) e, em seguida, procure por confirmação de preço acima da resistência. Se o rompimento falhar e a volatilidade aumentar, recue. A sazonalidade é útil, mas o preço sempre tem a palavra final.


Aviso: Este material destina-se apenas a fins informativos gerais e não constitui (nem deve ser considerado como) aconselhamento financeiro, de investimento ou de qualquer outra natureza que deva ser levado em consideração. Nenhuma opinião expressa neste material constitui uma recomendação da EBC ou do autor de que qualquer investimento, título, transação ou estratégia de investimento em particular seja adequado para qualquer pessoa específica.