Prévia dos lucros do segundo trimestre de 2025 da Newmont: a força do ouro, o crescimento do cobre e os riscos de produção moldam um momento crítico para traders e analistas.
Com investidores globais investindo em ativos de refúgio, as ações da Newmont Corporation estão novamente sob análise. A maior mineradora de ouro listada no mundo divulgará seus resultados do segundo trimestre (Q2) de 2025 após o fechamento do mercado americano na quinta-feira, 24 de julho. As expectativas apontam para mais um trimestre robusto, com os preços recordes do ouro compensando os persistentes soluços de produção e os custos mais altos dos insumos.
EPS ajustado: o consenso das ruas gira em torno de US$ 1,01–1,05, mas vários modelos otimistas — incluindo o nosso — veem espaço para US$ 1,15, um aumento de 60% ano a ano em relação aos US$ 0,72 registrados no segundo trimestre de 2024.
Receita: Previsão em torno de US$ 4,83 bilhões, cerca de 10% maior em relação ao ano anterior, impulsionada quase inteiramente pelos preços favoráveis das commodities.
Uma alta clara em qualquer uma das linhas — principalmente se acompanhada por uma orientação de custo mais firme — pode levar as ações a novas máximas de 52 semanas.
Vento favorável ao preço do ouro
O ouro à vista passou a maior parte do trimestre oscilando entre US$ 3,300 e US$ 3,400 por onça, chegando a US$ 3,368 em 21 de julho, com a desvalorização do dólar. Cada variação de US$ 100 no ouro em barras normalmente movimenta o fluxo de caixa livre anual da Newmont em cerca de US$ 550 milhões, portanto, a faixa atual oferece uma poderosa alavancagem de lucros.
A mudança da administração em direção aos ativos de longa vida útil de Nível 1 estagnou a produção geral:
Tendência estratégica de alto teor – menor tonelagem, mas minério mais rico.
Contratempos nas Minas de Ouro de Nevada – excessos de manutenção e atrasos no sequenciamento.
Lihir e Peñasquito, adquiridos recentemente, apresentam valores mais baixos em gramas por tonelada do que as minas antigas.
Envelhecimento dos complexos Merian e Suriname – declínio natural do teor.
Os investidores analisarão atentamente qualquer comentário sobre o progresso da remediação; até mesmo um crescimento modesto no volume trimestral pode atuar como um catalisador de curto prazo.
Atualmente, o cobre representa cerca de 10% do faturamento do grupo, mas a Newmont pretende dobrar essa participação em cinco anos por meio de expansões em Red Chris (Canadá) e no projeto de sulfetos de Yanacocha (Peru). O cobre não apenas explora o tema dos veículos elétricos; também surge como um subproduto em diversas minas de ouro, reduzindo os custos unitários por meio de créditos de co-receita — um potencializador de margem por si só.
Item | Por que isso importa |
Custo total de sustentação (AISC) | Q1 AISC impresso a US$ 1.620/oz; cada oscilação de US$ 50 altera materialmente a alavancagem operacional. |
Orientação de produção para o segundo semestre de 2025 | A gerência diz que a fraqueza do volume é "transitória"; a confirmação pode gerar várias reclassificações. |
Disciplina de balanço | A dívida líquida/EBITDA está abaixo de 1 ×; há capacidade para recompras se o dinheiro continuar jorrando. |
Cronogramas do projeto de cobre | A derrapagem atrasaria os benefícios da diversificação e enfraqueceria a narrativa dos veículos elétricos. |
Posição de dividendos | O pagamento base é de US$ 1,00 por ano, com um complemento atrelado ao preço do ouro. Revisão sinaliza confiança. |
À primeira vista, as ações da Newmont Corporation parecem precificadas para a perfeição: um P/L futuro na casa dos 15, apesar dos obstáculos visíveis à produção. No entanto, com o ouro em barras se mantendo acima de US$ 3,300/oz e o cobre assumindo discretamente um papel maior nos lucros, a empresa desfruta de uma margem dupla de commodities que poucos concorrentes conseguem igualar.
Se a administração conseguir conciliar a superação esperada da receita na quinta-feira com planos de recuperação de volume confiáveis e metas de cobre mais claras, as ações poderão superar o pico de abril e prolongar sua trajetória. Por outro lado, qualquer oscilação nas projeções — especialmente em Nevada ou Lihir — exporia o nome à realização de lucros após uma alta de 40% no acumulado do ano.
De qualquer forma, o relatório da próxima semana deve recalibrar o perfil de risco-recompensa para o indicador do setor. Os traders podem querer manter stops curtos, mas ainda assim permanecer ágeis; a volatilidade é quase certa, a direção nem tanto — até que 24 de julho a defina.
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