Os lucros do setor de tecnologia podem gerar volatilidade no mercado esta semana?

2025-07-29
Resumo:

Os lucros do setor de tecnologia da Meta, Microsoft, Amazon e Apple podem influenciar os mercados esta semana, à medida que os investidores avaliam as mudanças na cadeia de suprimentos e os desafios do comércio global.

As grandes empresas de tecnologia estão se preparando para os holofotes — e os investidores estão apreensivos. À medida que julho se aproxima de agosto, as maiores empresas de tecnologia do mundo estão prestes a divulgar seus últimos resultados, colocando em risco movimentações bilionárias do mercado. Com a Meta e a Microsoft em alta na quarta-feira, seguidas pela Amazon e pela Apple na quinta-feira, esta "temporada de resultados do setor de tecnologia" tem o poder de determinar o sentimento atual do mercado. Então, será que resultados arrasadores — ou tropeços surpreendentes — podem abalar os mercados globais esta semana?


Por que os ganhos da tecnologia são mais importantes do que nunca

Tech Stock Performance

Após uma sequência de máximas recordes no S&P 500 e no Nasdaq, os mercados entraram em um momento de cautela, em grande parte devido à sessão calma de segunda-feira e ao recente acordo comercial entre EUA e UE, que deixou alguns investidores decepcionados. O próximo grande catalisador? Os resultados do setor de tecnologia. Juntas, Meta, Microsoft, Amazon e Apple (o grupo "The Magnificent Seven", que também inclui Alphabet, Nvidia e Tesla) exercem enorme influência, respondendo por mais de 27% do valor de mercado total do S&P 500.


  • Meta Platforms (META): A receita prevista para o segundo trimestre é de US$ 38,6 bilhões, um aumento de 19% em relação ao ano anterior. As tendências de receita de anúncios e o engajamento impulsionado pela IA serão monitorados de perto.


  • Microsoft (MSFT): Previsão de vendas para o segundo trimestre em US$ 65,6 bilhões, impulsionadas pelas soluções de nuvem e IA do Azure, com crescimento anual de quase 15%.


  • Amazon (AMZN): Receita prevista para o segundo trimestre de US$ 151,8 bilhões, um aumento de cerca de 10%, em meio a avaliações das margens da nuvem AWS e da demanda do consumidor.


  • Apple (AAPL): Projeta-se que a receita será de US$ 84,9 bilhões, embora analistas alertem sobre atualizações lentas do iPhone e vendas fracas na China.


Com cerca de 37% das empresas do S&P 500 programadas para divulgar seus resultados esta semana, o cenário está pronto para um grande drama em Wall Street.


O que há de diferente nesta temporada de resultados?


Este ciclo de relatórios ocorre em um momento crucial:


  • Máximas do mercado, mas confiança frágil: o S&P 500 está perto de seu pico recorde (fechando em 6.308 na segunda-feira), mas o ímpeto diminuiu com o Dow Jones caindo 0,2% e volumes de negociação baixos.


  • Concentração de megacapitalizações: Os "Sete Magníficos" lideraram grande parte dos ganhos do mercado em 2025. Se vacilarem, todo o mercado corre o risco de uma correção maior.


  • Ventos contrários macroeconômicos: novas tarifas dos EUA e da UE, realinhamentos da cadeia de suprimentos global e inflação emergente em mercados como o Brasil (agora em 4,0% ao ano) estão pesando no sentimento.


Fichas, Contratos e Turbulência Comercial


Para atiçar a curiosidade, a Tesla acaba de anunciar um acordo de fornecimento de chips de US$ 16,5 bilhões com a Samsung, com o objetivo de garantir a potência da IA para seus veículos. O acordo de longo prazo, válido até 2033, não apenas consolida o status da Samsung como fornecedora essencial de chips, mas também sinaliza que as grandes montadoras e as grandes empresas de tecnologia estão redobrando a aposta na inovação interna, potencialmente abalando rivais de chips como a TSMC e remodelando as cadeias de suprimentos globais.


As ações da Samsung subiram até 6,8% com a notícia, enquanto analistas sinalizaram prováveis efeitos colaterais para fornecedores e concorrentes relacionados. A mensagem é clara: contratos e parcerias anunciados durante a temporada de balanços podem movimentar setores inteiros, não apenas as próprias empresas de relatórios.


Ao mesmo tempo, um acordo comercial recém-anunciado entre EUA e UE estabeleceu (por enquanto) uma tarifa de 15% sobre as exportações da UE para os EUA — abaixo dos temidos 30%, mas ainda gerando atrito para montadoras, empresas de equipamentos para chips e outras empresas globais. O acordo inclui US$ 600 bilhões em investimentos da UE nos EUA e US$ 750 bilhões em compras de energia, mas os mercados ainda estão avaliando se esse apoio é suficiente para compensar custos mais altos e riscos competitivos.


O que os investidores estão observando?


  • Orientações e surpresas: Wall Street está extremamente focada em declarações prospectivas. Qualquer indício de perspectivas mais fracas — especialmente após uma trajetória tão forte — pode desencadear reversões bruscas.


  • IA e nuvem: com a IA sendo a palavra da moda em 2025, a Microsoft e a Amazon serão examinadas em busca de evidências de adoção acelerada da nuvem e novos fluxos de receita impulsionados pela IA.


  • Exposição à China: Tanto a Apple quanto os fornecedores de semicondutores enfrentam questionamentos sobre o enfraquecimento da demanda do consumidor chinês, agravado pelo nervosismo comercial atual.


  • Margens de lucro: Após um primeiro trimestre forte para a lucratividade das grandes empresas de tecnologia, analistas estão atentos a sinais de inflação de custos ou atrasos na cadeia de suprimentos afetando as margens.


Ondulações do mercado global


Os resultados do setor de tecnologia caem com a cautela das ações globais. Os índices europeus e asiáticos têm lutado para manter o ritmo, com o Stoxx 600 caindo na segunda-feira e o MSCI Asia Pacific Index recuando 0,7%, com os investidores se posicionando para alta volatilidade.


Os mercados de câmbio também estão observando de perto: o dólar teve uma forte alta no início da semana, seu melhor movimento em um dia desde maio, enquanto o euro caiu devido ao fraco sentimento europeu.


Olhando além das manchetes

Samsung Chips

Não negligencie os efeitos colaterais:


  • Os vencedores da cadeia de suprimentos (como os fornecedores da Samsung na Coreia e nos EUA) podem se beneficiar de acordos de sucesso.

  • Resultados mais fracos ou orientações instáveis podem desencadear uma liquidação mais ampla, especialmente devido ao papel descomunal da tecnologia nos ganhos recentes do mercado.

  • Acontecimentos fora da área de tecnologia — como a inflação crescente no Brasil ou desacelerações sinalizadas pelo último PMI Caixin da China (agora em 49,8, indicando contração) — podem amplificar a volatilidade se os sinais apontarem na direção errada.


Conclusão


A convergência dos lucros da tecnologia, os grandes negócios com chips e as mudanças nas regras comerciais criam uma receita para a volatilidade. Com tanta coisa em jogo nos destinos de apenas algumas empresas, traders e investidores precisam ficar atentos. Será que as Big Techs vão impressionar os mercados mais uma vez — ou novas surpresas finalmente acabarão com o otimismo que impulsionou o rali deste ano? Prepare-se para uma semana em que manchetes e números podem remodelar o cenário global de riscos.


Aviso Legal: Este material destina-se apenas a fins informativos gerais e não se destina a ser (e não deve ser considerado como tal) aconselhamento financeiro, de investimento ou de qualquer outra natureza em que se deva confiar. Nenhuma opinião expressa neste material constitui uma recomendação da EBC ou do autor de que qualquer investimento, título, transação ou estratégia de investimento em particular seja adequado para qualquer pessoa específica.

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