Restrições na oferta de petróleo continuam: por que a mudança de poder no mercado de energia pode remodelar a inflação e a estratégia do banco central

2025-07-24

À medida que os bancos centrais globais começam a afrouxar a política monetária, outra força atua em sentido inverso: a oferta restrita de petróleo. Os principais produtores de energia mantêm cortes voluntários até o final de 2025, mesmo com o aumento da demanda e a escassez de estoques.


Essa estratégia disciplinada de fornecimento estabeleceu um piso para o preço, com o petróleo Brent sendo negociado perto de US$ 68,39 por barril, queda de 1,2% após as últimas sanções da UE, indicando que os mercados não esperam interrupções significativas no fornecimento. Embora a volatilidade recente reflita a realização de lucros de curto prazo e o nervosismo comercial, as previsões do Goldman Sachs e da AIE apontam para uma potencial recuperação dos preços do petróleo com a recuperação da demanda no final de 2025.

Oil Supply Curbs Continue

"Estamos em um mundo onde as decisões sobre o fornecimento de commodities podem rivalizar, ou até mesmo anular, a influência do banco central", disse David Barrett, CEO do EBC Financial Group (UK) Ltd. "Ignorar essas dinâmicas pode levar ao risco de precificar incorretamente classes de ativos inteiras — de câmbio e títulos a títulos indexados à inflação."


Análises recentes de demanda indicam que as previsões da OPEP e da AIE para 2025 podem ser muito pessimistas: apesar de projetar um crescimento de 700.000 a 1,29 milhão de bpd — o mais lento desde 2009 — as importações de petróleo bruto da Ásia aumentaram em cerca de 510.000 bpd no primeiro semestre de 2025. Enquanto isso, a AIE alerta que as projeções atuais podem subestimar a demanda real, à medida que as viagens globais e a atividade industrial aumentam.


Combustível, alimentos e consequências financeiras

Mesmo pequenas variações nos preços do petróleo são relevantes. Os custos de transporte e alimentação estão aumentando em economias dependentes de importações. Na Europa, onde o BCE acaba de iniciar seu primeiro ciclo de cortes de juros desde 2019, a inflação persistente do setor de energia ameaça atrasar futuras flexibilizações. Nos EUA, a contínua alta dos preços dos combustíveis pode complicar decisões políticas relacionadas ao IPC e às preocupações comerciais.


Os bancos centrais de países como Índia, Tailândia e Filipinas, com inflação fraca, mas frágil, podem adiar cortes nas taxas, já que os custos de energia importada continuam elevados.


Vencedores, perdedores e sinais de mercado

Os países exportadores de petróleo com fortes reservas fiscais têm visto um efeito positivo nos preços elevados do petróleo bruto, melhorando seus termos de troca e aumentando os fluxos de receita. Enquanto isso, as economias importadoras de petróleo estão lidando com a desvalorização das moedas, o aumento dos déficits em conta corrente e a renovada volatilidade da inflação.


Nos mercados financeiros globais, as expectativas de inflação de equilíbrio nos mercados de títulos do Tesouro dos EUA se firmaram, com os níveis de equilíbrio de 5 anos subindo para cerca de 2,5% — o maior nível em meses. Os mercados cambiais também estão reagindo, com petromoedas como o dólar canadense (alta de 0,3% em junho) e a coroa norueguesa superando seus pares. Os investidores estão cada vez mais migrando para ações ligadas ao setor de energia, impulsionados pelas mudanças nas previsões de demanda e pela melhora do sentimento nos mercados de petróleo.


Posicionamento em meio à inflação impulsionada pelo petróleo: um guia para traders

Para os traders, essa dinâmica representa oportunidade e urgência. Como o petróleo continua sendo um fator central nas expectativas de inflação, oscilações bruscas nos preços do petróleo bruto podem repercutir nos mercados de câmbio, títulos e ações. Monitorar moedas do petróleo, como o dólar canadense e a coroa norueguesa, pode oferecer indicações sobre o sentimento energético, enquanto ativos indexados à inflação — como TIPS ou ETFs de commodities — tornam-se ferramentas de hedge mais atraentes.


A consolidação das taxas de equilíbrio sugere que os mercados estão reavaliando os riscos de inflação a longo prazo, tornando o posicionamento em torno de ativos sensíveis à taxa e operações de duração ainda mais crítico. Com os bancos centrais caminhando na corda bamba entre crescimento e inflação, os investidores que acompanham os fluxos de commodities e as divergências de políticas podem antecipar melhor as mudanças de mercado — e evitar serem pegos do lado errado de um regime de energia "mais alto por mais tempo".


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