Compare o índice DAX 30 e o FTSE 100 para descobrir qual oferece melhores retornos, diversificação e valor de longo prazo para investidores globais.
Em 2025, os índices de ações globais estarão em evidência, já que a volatilidade geopolítica, as mudanças nas políticas dos bancos centrais e as tendências estruturais continuam a moldar as decisões dos investidores.
Dois dos principais índices blue-chip da Europa — o DAX 30 da Alemanha (expandido para DAX 40 desde 2021) e o FTSE 100 do Reino Unido — oferecem exposição distinta às suas respectivas economias e perfis setoriais.
Entender suas diferenças, pontos fortes e riscos é fundamental para elaborar um portfólio diversificado e resiliente.
O DAX, operado pela Deutsche Börse, acompanha as 40 maiores empresas listadas da Alemanha por capitalização de mercado em circulação (free-float), representando players de peso nos setores aeroespacial, automotivo, industrial, financeiro e de tecnologia. Em março de 2025, a capitalização de mercado total do índice era de aproximadamente € 1,89 trilhão.
O FTSE 100, administrado pela FTSE Russell e baseado na Bolsa de Valores de Londres, inclui 100 das maiores empresas listadas no Reino Unido por capitalização de mercado.
Embora a listagem seja focada no Reino Unido, seus constituintes obtêm a maior parte da receita no exterior, proporcionando exposição global em setores como energia, materiais, finanças e bens de consumo. Atingiu a máxima histórica de 8.975,66 pontos em 10 de julho de 2025.
No longo prazo, o DAX superou o FTSE 100. De 2000 a 2025, o índice da Alemanha ofereceu retornos anualizados mais fortes, impulsionados pela força industrial e pelo reinvestimento consistente de dividendos.
Somente em 2025, o DAX liderou com ganhos superiores a 20% até meados do ano, impulsionado pela agenda política da Alemanha focada no crescimento. O FTSE 100 também atingiu novas máximas, subindo mais de 9% no acumulado do ano, impulsionado pela alta das ações de commodities e defesa em meio ao otimismo comercial e à desvalorização da libra.
1) Composição Setorial e Exposição Econômica
O DAX, a potência alemã, é dominado por pesos pesados da indústria e da indústria automobilística (Siemens, Volkswagen, Mercedes, BMW), com exposição adicional a instituições financeiras (Allianz, Deutsche Bank) e de tecnologia, como SAP e Infineon.
Em contraste, o FTSE 100 está concentrado em energia, materiais, bens de consumo básicos e finanças, com exposição multinacional significativa de empresas como BP, Shell, HSBC e GlaxoSmithKline.
Embora o DAX seja mais cíclico — sensível à demanda industrial da zona do euro —, o FTSE 100 oferece estabilidade por meio de dividendos globalizados e exposição a commodities. Uma libra mais fraca aumenta os retornos do FTSE para investidores internacionais, ampliando os lucros offshore quando convertidos de volta para uma moeda local mais fraca.
2) Volatilidade e Fatores de Risco
O DAX, impulsionado pela indústria, tende a sofrer quedas mais acentuadas durante períodos de desaceleração econômica. Por exemplo, as pressões sobre as taxas de juros dos bancos centrais do BCE, do Banco da Inglaterra e do Banco Nacional da Inglaterra (SNB) em junho de 2025 empurraram ambos os índices para baixo, com o DAX estendendo uma queda mais acentuada.
O FTSE 100, embora exposto aos ciclos globais de energia e recursos, frequentemente se mostra mais estável durante as desacelerações da zona do euro. Sua reserva de dividendos e seus setores defensivos proporcionam algum isolamento, embora sua sensibilidade à moeda e à política global signifique que a volatilidade ainda seja um fator.
3) Rendimentos de dividendos e potencial de renda
Investidores em busca de renda frequentemente preferem o FTSE 100. Com expectativas de rendimento em torno de 3,8% a 4,0% em 2025, ele continua sendo um dos índices de renda mais atraentes do mundo, perdendo apenas para o Hang Seng, de Hong Kong. Altos dividendos e frequentes recompras de ações (£ 56,5 bilhões em 2024) melhoram o rendimento dos investidores, juntamente com os retornos sobre os preços.
O DAX, embora inclua empresas que pagam dividendos como Allianz e Siemens, reinveste os dividendos diretamente em seu cálculo de retorno total. Seu rendimento normalmente fica abaixo do do FTSE 100, refletindo os menores índices de distribuição da Alemanha.
4) Influência da moeda
As taxas de câmbio desempenham um papel crucial. O FTSE 100 se beneficia quando a libra se desvaloriza, aumentando os retornos para investidores que não investem em libras esterlinas por meio de uma conversão cambial mais forte. No início de 2025, a libra esterlina caiu mais de 9% em relação ao dólar americano e ao euro, impulsionando os lucros no exterior.
O DAX não possui essa proteção, com suas receitas denominadas em euros oferecendo estabilidade, mas sem impulso cambial. Isso pode reduzir os riscos de queda para investidores da zona do euro, mas proporciona menos aumentos de retorno para aqueles que investem em regiões com moedas mais fracas.
5) Acesso e Instrumentos de Investimento
A exposição internacional a ambos os índices é direta por meio de ETFs e CFDs de corretoras como a EBC. O iShares Core DAX UCITS ETF oferece acesso direto a empresas listadas em Frankfurt, enquanto derivativos como os futuros do DAX são negociados na Eurex com spreads reduzidos.
No Reino Unido, rastreadores populares como o iShares FTSE 100 UCITS ETF (ISF) oferecem exposição transparente e de baixo custo. Contratos futuros (UKX na ICE Futures Europe) oferecem alavancagem para estratégias de curto prazo.
6) Vantagens
O DAX se destaca na captura de ganhos relacionados ao PIB durante a expansão econômica, proporcionando alavancagem ao setor industrial aliada à alta do setor tecnológico. É adequado para investidores em crescimento cíclico que buscam a recuperação da Alemanha, que tem forte presença na engenharia.
Em contrapartida, o FTSE 100 atrai investidores de renda e aqueles que buscam exposição cambial diversificada. Dividendos robustos, menor volatilidade durante crises na zona do euro e alta atrelada a commodities o tornam ideal para carteiras conservadoras.
O sentimento mais recente permanece cautelosamente otimista para ambos os índices. Analistas preveem que o FTSE 100 pode chegar a 9.000 pontos em meados de 2025, enquanto o DAX, impulsionado pelas iniciativas de gastos do governo alemão e pela liderança econômica do país, pode continuar apresentando desempenho superior.
No entanto, metade dos investidores pesquisados espera uma correção de 10% nas ações europeias em geral antes de uma recuperação em 2026. Esse risco compartilhado sugere que a diversificação do portfólio deve alavancar ambos os índices para equilibrar a força cíclica com a proteção dos rendimentos.
Em última análise, a escolha entre o DAX e o FTSE 100 se resume a objetivos individuais:
Investidores focados em crescimento com maior tolerância a riscos podem achar o DAX atraente por sua alavancagem industrial e exposição à inovação.
Aqueles que buscam equilíbrio entre renda e crescimento se beneficiam dos dividendos estáveis do FTSE 100 e do potencial de valorização baseado na moeda.
Os construtores de portfólios de longo prazo podem combinar ambos para equilibrar ciclicidade, renda e diversificação.
Uma alocação equilibrada em ações europeias pode apresentar uma divisão 50/50 entre os ETFs do DAX e do FTSE 100, ajustada de acordo com a tolerância ao risco e o horizonte de investimento. Carteiras conservadoras podem se inclinar mais para o FTSE 100 em termos de rendimento; carteiras voltadas para o crescimento podem apresentar sobreponderação em relação ao DAX.
Os investidores também devem considerar ajustes macro: optar pela exposição ao Reino Unido durante a fraqueza da libra, migrar para nomes alemães em meio ao estímulo do BCE e ficar atento aos ciclos de política do banco central.
Concluindo, não há uma resposta universal sobre qual índice é melhor — a escolha depende dos seus objetivos de investimento individuais.
Para crescimento de capital de longo prazo e evolução setorial, o DAX oferece força cíclica e potencial de alta impulsionado pela engenharia. Para estabilidade, rendimento e retorno multifonte, o FTSE 100 é uma âncora confiável.
Aviso Legal: Este material destina-se apenas a fins informativos gerais e não se destina a ser (e não deve ser considerado como tal) aconselhamento financeiro, de investimento ou de qualquer outra natureza em que se deva confiar. Nenhuma opinião expressa neste material constitui uma recomendação da EBC ou do autor de que qualquer investimento, título, transação ou estratégia de investimento em particular seja adequado para qualquer pessoa específica.
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