O S&P 500 fecha em uma máxima histórica de 6.304,36, impulsionado por lucros sólidos, dados resilientes do consumidor e otimismo cauteloso nos mercados de ações globais.
Após uma semana de bom desempenho em Wall Street, o S&P 500 atingiu uma nova máxima histórica de fechamento de 6.304,36 na quinta-feira, marcando seu sexto pico desde o final de junho e selando um período de notável otimismo dos investidores. Esse marco foi sustentado por lucros trimestrais positivos de algumas das maiores empresas dos EUA, um desempenho resiliente nos dados do consumidor e um sentimento amplamente positivo nos principais índices.
O S&P 500 ganhou 33,66 pontos (0,54%), encerrando o dia em 6.302,43. O Nasdaq Composite, com forte presença de empresas de tecnologia, também acompanhou a alta, saltando 153,78 pontos (0,74%), fechando em 20.887,74, seu próprio recorde de fechamento. Enquanto isso, o Dow Jones Industrial Average subiu 229,21 pontos (0,52%), encerrando em 44.502,47.
Essa alta segue uma sequência de ganhos desde a retração temporária do mercado em abril, impulsionada na época pelo aumento das tensões comerciais e pelas novas tarifas impostas pelo presidente Trump. A recuperação reforça a confiança dos investidores, agora que os principais índices superaram esses choques e recuperaram o impulso positivo.
A recente aceleração das ações foi impulsionada em grande parte por uma temporada robusta de resultados corporativos. Os resultados do segundo trimestre de gigantes como PepsiCo, United Airlines e diversas ações-chave de tecnologia surpreenderam positivamente, com aproximadamente 88% das empresas listadas no S&P 500 superando as expectativas dos analistas até a tarde de quinta-feira.
De acordo com a FactSet, em meados de julho, o S&P 500 registrou uma taxa de crescimento de lucros trimestrais combinada (real e estimada) de 4,8% em relação ao ano anterior — a menor desde o quarto trimestre de 2023, mas ainda marcando o oitavo trimestre consecutivo de crescimento de lucros para o índice.
81% das empresas superaram as previsões de receita, com receitas agregadas superando as estimativas em 2,2%.
Em termos de setores, os ganhos foram liderados por Serviços de Comunicação e Tecnologia da Informação, enquanto Energia continuou atrasada devido à queda nos lucros e receitas.
O tema positivo foi reforçado pelos indicadores econômicos:
O Departamento do Trabalho dos EUA informou que os pedidos de auxílio-desemprego caíram em 7.000, totalizando 221.000 na semana encerrada em 12 de julho — abaixo do previsto, sugerindo uma resiliência contínua do mercado de trabalho.
As vendas no varejo avançaram 0,6% em junho, bem acima dos 0,2% esperados, sinalizando gastos robustos do consumidor, mesmo em meio a preocupações persistentes com a inflação e incerteza no ambiente político.
Os dados de confiança do consumidor divulgados esta semana também devem mostrar melhora, com economistas prevendo um aumento de 60,7 em julho para 61,8.
Várias ações de referência ajudaram a liderar o último impulso de alta:
A Microsoft avançou 1,2% no dia, mantendo sua liderança entre os nomes de tecnologia de grande capitalização.
A Netflix, ao divulgar seus relatórios fora do horário comercial, elevou as expectativas do mercado com sua receita prevista de US$ 11 bilhões e lucro por ação de US$ 7,08 para o segundo trimestre.
O desempenho do S&P 500 continua sendo apoiado por empresas de tecnologia e de consumo que apresentam forte crescimento nos resultados financeiros e na receita.
O otimismo dos investidores nos EUA é compartilhado, em parte, pelos mercados europeu e da Ásia-Pacífico, que também registraram ganhos. No entanto, o sentimento global permanece cauteloso devido às disputas comerciais em andamento, às ameaças do presidente Trump de novas tarifas e a acontecimentos políticos como a possível demissão do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.
O dólar americano se valorizou modestamente em relação ao iene e ao euro, com os operadores de câmbio respondendo aos sinais de resiliência econômica e às perspectivas incertas para a política monetária dos EUA. No mercado de commodities, o petróleo bruto Brent caiu mais de 2%, para cerca de US$ 69 por barril, após os desdobramentos políticos sobre a Rússia e a OPEP+ impulsionarem as oscilações de preços.
O índice preço/lucro futuro de 12 meses do S&P 500 está agora em 22,3, notavelmente acima das médias de cinco anos (19,9) e dez anos (18,4), um sinal de que os investidores estão dispostos a pagar um prêmio por um desempenho corporativo resiliente em meio à incerteza econômica e geopolítica contínua. As previsões das principais instituições financeiras sugerem que o S&P 500 pode subir mais 6% — potencialmente atingindo 6.600 nos próximos seis meses — se as condições macroeconômicas se estabilizarem e o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) implementar os cortes de juros esperados.
A perspectiva de lucros para o restante de 2025 permanece positiva, com analistas projetando taxas de crescimento de 7,3% e 6,5% para o terceiro e quarto trimestres, respectivamente. No entanto, espera-se que o crescimento se modere caso a inflação reacelere ou o aperto monetário seja retomado em resposta às pressões globais sobre os preços.
Apesar da flutuação das ações, os investidores continuam cautelosos:
As tensões comerciais atuais e os riscos tarifários continuam a obscurecer a perspectiva global.
Riscos políticos em Washington, particularmente envolvendo a liderança do banco central e a futura direção fiscal, injetam um elemento de imprevisibilidade política.
O rali é considerado por alguns analistas como "estreito", com as principais ações de tecnologia respondendo por uma quantidade desproporcional dos ganhos do índice.
Estrategistas de mercado geralmente aconselham ficar atento à qualidade dos lucros e à divulgação de dados econômicos para detectar sinais de qualquer inflexão no sentimento do consumidor ou corporativo.
O salto do S&P 500 para um novo recorde é emblemático do otimismo predominante entre os investidores, apoiado por um consumidor americano resiliente, relatórios de lucros robustos e relativa estabilidade nas políticas e ventos geopolíticos contrários. Com os prêmios de avaliação atingindo máximas plurianuais, no entanto, a próxima fase da alta pode depender da continuidade da entrega tanto das principais empresas de Wall Street quanto da economia americana em geral.
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