O ouro ultrapassou o euro à medida que os bancos centrais aumentam as reservas, buscando segurança em meio às crescentes tensões geopolíticas e à incerteza econômica.
Diante da crescente incerteza geopolítica e da mudança na dinâmica do poder global, os bancos centrais estão ajustando rapidamente suas estratégias de reservas. Uma tendência notável surgiu nos últimos meses: o ouro está retornando. Antes visto principalmente como uma proteção contra crises, o metal precioso ultrapassou o euro e se tornou o segundo maior ativo de reserva do mundo.
O ouro ultrapassou oficialmente o euro e se tornou o segundo maior ativo de reserva do mundo, de acordo com novos dados divulgados esta semana. Os bancos centrais em todo o mundo agora detêm mais ouro do que ativos denominados em euros, à medida que preocupações com tensões geopolíticas e sanções financeiras impulsionam uma mudança nas estratégias globais de reservas.
Dados do Conselho Mundial do Ouro e do Banco Central Europeu mostram que o ouro representa cerca de 20% do total das reservas globais, em comparação com os 16% do euro. O dólar americano continua sendo a moeda de reserva dominante, com uma participação de 46%.
Em 2024, os bancos centrais compraram coletivamente mais de 1.000 toneladas de ouro — o maior total anual das últimas décadas. Grande parte da demanda veio de mercados emergentes, particularmente aqueles que enfrentam crescente pressão geopolítica.
Analistas apontam os riscos de sanções em curso, a exposição ao dólar americano e a instabilidade política como os principais motivadores da medida. "O ouro oferece neutralidade em um mundo dividido", disse um gestor sênior de reservas. "Não está vinculado à agenda política de nenhum país."
O papel global do euro manteve-se relativamente estável nos últimos anos, mas continua a ficar para trás. Segundo o BCE, o euro enfrenta limitações estruturais, incluindo mercados de capitais fragmentados e influência geopolítica limitada. Apesar desses desafios, continua a ser uma parte essencial das carteiras de muitos bancos centrais.
Esse apetite renovado por ouro reflete uma mudança mais ampla na forma como os bancos centrais gerenciam as reservas. Além do ouro, muitos estão aumentando as alocações em ativos não tradicionais, como o yuan chinês, fundos lastreados em commodities e instrumentos de dívida de curto prazo.
O apelo do ouro também se estende aos investidores privados, com os preços subindo quase 30% em 2024 e atingindo novas máximas no início de 2025.
À medida que as tensões globais persistem, o ouro está recuperando seu status de âncora estratégica, marcando um ponto de virada significativo na estrutura das reservas internacionais.
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